Negacionista da medicina aposta em doença degenerativa e é inocentado no caso da funcionária morta no Hipermercado Condor
O empresário Danir Garbossa foi absolvido da acusação de envolvimento na morte da fiscal de loja Sandra Maria Aparecida Ribeiro, ocorrida em abril de 2020, durante a pandemia. A Justiça determinou que ele passe por tratamento ambulatorial por três anos.
O incidente aconteceu em um hipermercado de Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba. Como cliente, Garbossa se recusou a usar uma máscara de proteção, obrigatória na época devido à pandemia da Covid-19. A recusa gerou tumulto no estabelecimento, e um segurança foi chamado para intervir. Durante a abordagem, um disparo de arma de fogo atingiu Sandra, que não resistiu aos ferimentos.
O processo
A juíza Priscila Crocetti absolveu Garbossa, impondo-lhe uma medida de segurança que exige avaliações anuais para monitorar sua periculosidade. A defesa argumentou que ele sofre de doença de Huntington, uma condição degenerativa que pode provocar alterações comportamentais e surtos psicóticos.
A decisão.
O advogado de Garbossa celebrou a decisão, defendendo que a inocência de seu cliente era evidente. Segundo ele, Garbossa também foi vítima da situação e não tinha conhecimento de sua condição de saúde na época dos acontecimentos.
Por outro lado, a família da vítima manifestou indignação com o desfecho do caso. O advogado dos familiares de Sandra afirmou respeitar a decisão judicial, mas a considera injusta, pois uma vida foi perdida de forma violenta, sem respostas satisfatórias à sociedade. Ele questionou o fato de Garbossa, mesmo diagnosticado com a doença, estar dirigindo e mantendo uma vida profissional ativa.
A família
A família esperava que a Justiça determinasse a internação compulsória de Garbossa em um manicômio judiciário, o que não ocorreu. Representantes da vítima prometem recorrer da decisão.
O segurança Wilhan Pinheiro Soares, de 27 anos, que efetuou o disparo, foi solto meses depois do ocorrido. Na época, a Justiça concedeu liberdade provisória por considerar que ele não tinha antecedentes criminais e que, inicialmente, não houve intenção de matar a fiscal de loja. A defesa de Garbossa sustenta que o segurança foi o verdadeiro responsável pela tragédia e deveria ser julgado por homicídio.
Sandra Maria Aparecida Ribeiro tinha 45 anos, era separada e deixou dois filhos adolescentes. O caso continua gerando debates sobre responsabilidade, justiça e os protocolos de segurança em estabelecimentos comerciais.
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