Por: Ivan Lima.
Votação do vale-alimentação pega fogo entre vereadores
A discussão sobre o vale-alimentação para vereadores gerou um verdadeiro incêndio político na Câmara Municipal de Araucária. O debate, que já estava tenso devido às idas e vindas dos requerimentos, ganhou novos contornos com acusações de distorção de falas e um embate acalorado entre os parlamentares.
O vereador Olizandro José Ferreira Junior (MDB) entrou em contato com a imprensa para esclarecer que, apesar de ter solicitado o cancelamento da tramitação do requerimento para suspender o projeto de lei do vale-alimentação, ele protocolou um novo documento com o mesmo teor. Segundo a Presidência da Câmara, o primeiro requerimento, registrado sob o n.º 46933/2025, foi protocolado no dia 14 de março, às 14h19, mas cancelado três minutos depois. Já o novo pedido, sob o n.º 46948/2025, só foi oficialmente recebido no dia 26 de março, após as duas votações do projeto, resultando na recomendação de arquivamento.
Enquanto os bastidores da política ferviam com essas movimentações, um episódio paralelo acirrou ainda mais os ânimos. Durante um podcast, o vereador Professor Voltar fez comentários que foram supostamente interpretados como um ataque à Escola Legislativa e às pessoas que lá trabalhavam. A declaração gerou forte repercussão, levando o parlamentar a se manifestar na tribuna da Câmara para esclarecer que sua intenção era criticar a estrutura da instituição e não direcionar ataques pessoais. O vereador registrou um boletim de ocorrência, alegando que suas palavras foram distorcidas intencionalmente para prejudicar sua imagem.

A votação do vale-alimentação foi marcada por intensas discussões e protestos da população. Muitos cidadãos expressaram indignação com a aprovação do benefício, alegando que os vereadores, que já recebem salários consideráveis, não deveriam ter direito a esse tipo de auxílio. Organizações civis e grupos de fiscalização política prometeram acompanhar de perto os desdobramentos da decisão e cobrar mais transparência dos parlamentares.
Além disso, a decisão da Câmara pode enfrentar questionamentos jurídicos, pois especialistas apontam que o benefício pode ser inconstitucional, já que vereadores não possuem vínculo empregatício formal com o município. Alguns opositores ao projeto indicaram que irão recorrer ao Ministério Público para avaliar a legalidade da medida e buscar possíveis reverter a decisão.
O clima de embate deixou evidente que a votação do vale-alimentação extrapolou os limites do plenário e se transformou em um campo de batalha político. A tensão entre os vereadores continua, e o episódio reforça a necessidade de mais transparência e diálogo dentro da Casa Legislativa. Para a população, resta acompanhar de perto os desdobramentos e cobrar posicionamentos claros de seus representantes.
Adicionar Comentário