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Homem denuncia “calote” de traficante e registra B.O em Goiânia

Foto divulgação PMGO

Araucária, 21de março de 2025

Morador de Goiânia surpreendeu as autoridades ao registrar um Boletim de Ocorrência (B.O) contra um traficante, alegando ter sido vítima de um golpe. Segundo o relato feito à Polícia Civil de Goiás (PCGO), ele pagou R$ 210 por 30 gramas de maconha, mas nunca recebeu a encomenda.

O caso, registrado no final de fevereiro na delegacia virtual, rapidamente viralizou após ser compartilhado nas redes sociais. O delegado Humberto Teófilo, da Central Geral de Flagrantes de Goiânia, comentou o episódio em um vídeo, classificando-o como “inacreditável”.

O denunciante afirmou que o suposto vendedor age com “má-fé” e pode estar enganando outras pessoas que fazem uso recreativo da substância. Apesar da formalização do boletim, a situação levanta questionamentos, já que a compra e posse de drogas são ilegais no Brasil.

A Polícia Civil ainda não informou se abrirá investigação sobre o caso.

Clientes insatisfeitos registram B.O contra traficantes e casos chamam atenção da polícia

Nos últimos anos, um fenômeno inusitado tem chamado a atenção das autoridades: consumidores de drogas ilícitas denunciando traficantes por não cumprirem acordos. Em diversas cidades do Brasil, usuários têm recorrido à polícia para registrar Boletins de Ocorrência (B.O) após não receberem as substâncias compradas, alegando “calotes” de vendedores.

Em Belo Horizonte, um consumidor insatisfeito procurou a polícia após transferir R$ 350 para a compra de ecstasy e LSD em um grupo na internet e não receber os produtos. Segundo ele, o “vendedor” bloqueou seu contato após o pagamento, o que o motivou a pedir investigação.

Outro caso semelhante ocorreu no interior de São Paulo, onde um jovem registrou um B.O após pagar por cocaína e não receber a droga. Na denúncia, ele afirmou que o traficante “age de má-fé” e pode estar enganando outros compradores. O caso viralizou nas redes sociais e gerou debate sobre a falta de noção jurídica dos envolvidos.

Apesar das denúncias, a polícia enfrenta um impasse jurídico nesses casos, pois a própria queixa confirma a prática de um crime por parte dos denunciantes. Em algumas situações, os reclamantes podem acabar sendo investigados por posse ou tentativa de compra de substâncias ilegais.

Especialistas apontam que essas ocorrências revelam o desconhecimento da lei por parte de alguns consumidores. “O tráfico de drogas é um crime e qualquer envolvimento com ele, seja na venda ou na compra, pode levar a responsabilização criminal”, explica um advogado criminalista.

A Polícia Civil não informou se abrirá investigações sobre os casos, mas reforçou que o comércio e o consumo de drogas ilícitas seguem proibidos no Brasil.